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21 de março de 2011

Cidades do Nordeste podem ficar sem água até 2015

De todos os municípios brasileiros, mais da metade (55%) poderá ter problemas no abastecimento de água até 2015. É o que mostra um estudo feito pela Agência Nacional de Águas (ANA), que avaliou a oferta e o crescimento de demanda de água em todas as 5.565 cidades do País. Esses municípios representam mais de 70% do consumo de água.

O Atlas Brasil, que será divulgado oficialmente na terça-feira, conclui que o Brasil precisará investir pelo menos R$ 70 bilhões para garantir a oferta de água de boa qualidade aos municípios até 2025, quando a população deverá alcançar cerca de 196 milhões de habitantes.

Desse total, quase 70% (R$ 47,8 milhões) teriam de ser investidos na coleta e tratamento de esgotos, apenas para evitar ou resolver a poluição nas fontes de abastecimento de água, já que o dinheiro não seria suficiente para universalizar o acesso ao esgoto, o maior problema da área de saneamento.

Segundo o estudo, dos 587 m3/s em capacidade total de sistemas produtores instalados e em operação no país, a região Sudeste apresenta 51% de produção de água, seguida pelo Nordeste (21%), Sul (15%), Norte (7%) e Centro-Oeste (6%). Dentre elas, a Norte e Nordeste são as que possuem, relativamente, as maiores necessidades de investimentos em sistemas produtores de água (mais de 59% das sedes urbanas).

Destacam-se, no levantamento, a precariedade dos pequenos sistemas de abastecimento de água do Norte, a escassez hídrica da porção semiárida e a baixa disponibilidade de água das bacias hidrográficas litorâneas do Nordeste. Na Região Sudeste, os principais problemas decorrem da elevada concentração urbana e da complexidade dos sistemas produtores de abastecimento, que motivam, muitas vezes, disputas pelas mesmas fontes hídricas.

"Os problemas associados à poluição hídrica são mais evidentes nos grandes aglomerados de municípios, em função da pressão das ocupações urbanas sobre os mananciais de abastecimento público: o lançamento de esgotos sem tratamento dos municípios localizados à montante influenciam diretamente a qualidade das águas", afirma o documento. A montante é o lado da nascente, em relação a um curso de água. A região do Rio Paraná exige o maior volume de investimentos.

Fonte: Portal da Metrópole e Último Segundo
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