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31 de agosto de 2012

Parte 2 - Ícones do carnaval da Bahia dão sua opinião sobre a crise da música baiana


O carnaval se aproxima. As vendas dos blocos e camarotes já estão acontecendo e a estação mais esperada do ano está chegando. Os baianos já sentem as mudanças e as rádios já começam a veicular as músicas que serão trabalhadas pelos artistas. Mas mesmo com toda essa expectativa, a música baiana passa por uma transição e não agrada mais como antes. Fomos em busca da opinião de alguns artistas baianos, puxadores de trio, e ícones do carnaval da Bahia para saber como eles avaliam o atual momento da música baiana.

Na primeira parte da nossa enquete vocês puderam conferir Jauperi afirmar “que a música está no limbo e que o momento é ridículo” e Ana Mameto concluir que “algumas das nossas fórmulas estão desgastadas”. Tivemos também Saulo, líder da banda Eva, concordar que “ultimamente apareceu muita coisa ruim” e Luíz Caldas “ver a música sempre em transição”, confiram a segunda parte do desfile de opiniões de outros artistas.

Por enquanto a música baiana ainda está forte, e o sucesso do pagode é endêmico, irá se perder dentro dos guetos, mas do jeito que vai, eu como compositor estou aguardando as cotas, para que meu trabalho perdure. (Gerônimo)

Acho que a música que é filha do trio elétrico continua querida e adorada por muita gente em todo o Brasil. O que está acontecendo hoje é um reposicionamento dessa música e a forma de conceber seus eventos. Você vê que até o carnaval de Salvador está sendo discutido no sentido de se viabilizar outro circuito. O momento também é propicio para se produzir coisas novas no sentido musical. Flertar com outros gêneros sempre foi uma característica da nossa música que é uma música vibrante e plural. Acho também oportuno o surgimento de novos artistas e bandas nesses segmentos. Pulverizar essa música também é importante. (Alexandre Peixe)

O momento da música produzida atualmente, não só na Bahia, é resultado de uma sociedade que consome cada vez mais coisas descartáveis. As músicas são feitas com prazo de validade definido. É cada vez mais difícil surgir um artista que consiga propor algo musicalmente novo em um cenário tão imediatista. O resultado disso são músicas lançadas, ouvidas, esquecidas e rapidamente substituídas por outras que seguirão o mesmo destino. Uma pena! (Ricardo Chaves)

A Bahia continua sendo a maior produtora da diversidade musical brasileira. Na Bahia de todos os batuques, os ritmos diversos traçam a trilha sonora mais plural do país. Não há crise de criatividade entre os artistas baianos e o que se vê é o surgimento de talentos inovadores e cheios de coisas boas pra mostrar. Essa foi uma avaliação sob o ponto de vista da criação. Mas, essa mesma música que surge pelos quatro cantos da cidade se ressente de políticas públicas eficientes e investimentos da iniciativa privada no setor. Não temos espaços físicos suficientes e decentes, por exemplo. Há uma necessidade também da mídia ampliar esse olhar, e descobrir onde estão esses talentos à espera de uma oportunidade prá mostrar sua arte, e reafirmar que a música da Bahia é a melhor do mundo.( Magary Lord)

Fonte: http://www.vidainteligenteonline.com Por  Renata Reis
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