Gerônimo dispara “O pagode baiano é uma projeção moderna do lundu,retratando a música com o corpo em seu conteúdo"
A polêmica que gira em torno das diversas confusões que envolvem grupos de pagode da Bahia ainda não acabou e esse assunto deu pano pra manga. Nós do Vida Inteligente, relatamos em fatos, histórias recentes que envolvem integrantes de alguns dos grupos, e através de pesquisa divulgada pelo Instituto futura/CORREIO, nesta segunda feira (27), ficou comprovada a queda na preferência dos baianos pelo ritmo.
Em busca de opiniões com alguns ícones do carnaval da Bahia - divulgada em parte na matéria de ontem – foi mostrado que o momento é de crise pra música baiana e isso não envolve somente o pagode, outros ritmos também estão inseridos nesse contexto. Conhecem aquele ditado de que quem procura acha? Pois é, procuramos os artistas, estigamos a opinião deles e foi atestada a insatisfação por parte de alguns e otimismo por parte de outros
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Aprofundando mais ainda a nossa pesquisa e em busca de histórias do passado, nos deparamos com vídeos e entrevistas, de 2010, onde alguns artistas, entre eles, do cantor Gerônimo relatando - há dois anos - o que acontece hoje em cima dos palcos, por onde o pagode passa. Procuramos Gerônimo e se vocês acham que alguma coisa mudou no seu discurso, estão enganados. “Sempre observei os caminhos da música baiana e ao longo do tempo a MPB tem mostrado seu momento de modismo, comportamento”, disse. O cantor e compositor ainda afirma que desde sempre as músicas de duplo sentido e sotaque eram funcionais em festas de largo, e despistavam a censura e repressão, através de códigos e gírias.
Questionado sobre os recentes acontecimentos envolvendo os pagodeiros, o cantor soltou o verbo “O pagode é um ritmo sedutor. O perigo só está na mensagem literária. Quanto mais sacanagem tiver, o menino ou a menina, despretensiosamente se divertem aos olhos da platéia participativa, ativa, e inexorável. Isso também estimula o erótico precoce sem limites na figura da criança que não tem nenhuma noção do que esta fazendo”.
Será que essa participação ativa da platéia, faz uma alusão ao atual momento que a banda New Hit enfrenta? Segundo Márcia Teixeira, Promotora de Justiça e Coordenadora do Grupo de Atuação em Defesa da Mulher (GEDEM), as garotas, vítimas do estupro coletivo acometido pelos dez músicos, eram fãs, inocentes e que apenas pediram para tirar fotos com seus ídolos. “Eles se aproveitaram disso. Elas foram acuadas e estupradas e o fato de ouvirem o ritmo e reproduzirem a dança, não significa, necessariamente, que elas querem contato sexual”, pontua.
Márcia também explica o que vai acontecer, caso seja comprovada a culpa dos músicos. “Eles vão responder por estupro, que é um crime hediondo. Estamos aguardando a materialidade dos laudos, que devem estar chegando hoje à tarde, (30) para comprovar se houve de fato o crime, mas há indícios sim, que houve um estupro coletivo”, finalizou.
Os mais atuais rumores dessa história comprovam, por meio de laudos, uma parte do mistério que envolve toda essa história e que divide opiniões. O líder da banda, conhecido como Dudu, de fato estuprou a garota, e, além disso, foi confirmado que a garota era virgem. Ainda enfrentando as conseqüências dessa polêmica, as famílias das garotas, estão sendo ameaçadas por telefone e sem sair de casa, por causa do preconceito que vêm sofrendo.
Que essa história seja finalizada o mais breve possível, com culpados e inocentes postos em seus devidos lugares.