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15 de março de 2011

Violência, lixo e falta de festa marcaram o carnaval 2011 de Bom Jesus

O carnaval 2011 para os moradores e poucos veranistas que foram para a ilha não foi dos melhores. Brincadeiras tradicionais, como se fantasiar de careta, homens se vestir de mulher e vice-versa, estão pouco a pouco caindo no esquecimento, e em seus lugares surge uma tentativa de imitar o carnaval de rua das grandes cidades. O trio elétrico e bandas famosas ainda são uma realidade muito distante, mas a violência, o acumulo de lixo e a falta de sanitários públicos já marcam presença.

É característica do carnaval as pessoas irem para as cidades curtirem as grandes festas, como a que acontece em Salvador, a mais vendida para todo o mundo, e quem não gosta dessa confusão, busca refúgio em lugares calmos como era a nossa querida ilha. Entretanto vêm se decepcionando com a paz que por lá deixou de reinar.

Antes a preocupação dos pais com os filhos era em relação ao mar, o medo de afogamento, agora com o crescimento de uso de drogas, diga-se, não só lícitas, a apreensão passou a ser com as companhias, as brigas e a quantidade de bares, isso quando os pais não estão sentados neles e os filhos soltos, aprontando e entrando cada dia mais cedo nesse mundinho sem volta o qual Bom Jesus hoje se tornou vítima. É uma coisa levando a outra e a consequências das quais se destaca a violência. Não que antes não houvesse brigas na ilha, só que o nível delas estão piores. Prova disso foi uma briga na terça-feira (08) no Nordeste, a qual, segundo uma testemunha que não quis se identificar, dois homens, cujas identidades não foram reveladas, bateram e chutaram outro que já estava no chão, inclusive na cabeça. Segundo informações não oficiais, o mesmo foi levado desacordado para o hospital de Madre de Deus e não há informações sobre o seu estado.

Outro problema das festas em Bom Jesus e que nesse carnaval não ficou de fora é a grande quantidade de lixo e a escassez de lixeiras. Os ambulantes montam suas barracas na praça, comercializam bebidas em copos plásticos, mas não se preocupam em colocar ao menos um balde provisório para os clientes descartarem seus lixos. Há apenas três coletores na praça, distribuídos entre o lado da igreja em frente do bar de Rafael, ponte e perto do palanque, no entanto essa quantidade não é suficiente para suprir a abundância de sujeira produzida e a mesma é vista por toda extensão da praça espalhada pelo chão. Claro que a culpa não é só da falta de lixeiras, como também da falta de educação daqueles que não têm a cultura de jogar lixo na lixeira.



Contudo os problemas não param por aí. Ainda tem a ausência de sanitários públicos, o que leva homens e mulheres a descerem à praia para fazerem suas necessidades. Como se não bastasse a falta de higiene a qual se sujeitam, deixam a praia com um mau cheiro insuportável.
Bom, em relação a festa em si, esta deixou muito a desejar. Desde a criação pela prefeitura do projeto carnaval nos bairros, que inclui as ilhas, vai um trio e algumas atrações musicais não famosas para animar moradores e veranistas, porém esse ano o que teve foi uma pick-up com um mini palco na carroceria, uma cantora e um tecladista em cima na segunda-feira e só o tecladista na terça-feira, segundo informações também não oficiais, a cantora foi espancada depois do show pelo companheiro. Em resumo, oficialmente Bom Jesus teve apenas dois dias de festa e não convenceu, o que se viu foi a praça vazia e algumas pessoas fazendo festa na frente da igreja, onde moradores armaram um som por conta própria, brigas e muito lixo.

A alegria ficou mesmo por conta das poucas caretas e os poucos travestidos que foram ás ruas e a irreverência de algumas pessoas na criação das suas fantasias, como o monstro do pântano, os pintados e algumas não idenficáveis.

Por Silvana Pereira
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