Publicidade

13 de fevereiro de 2011

Pesquisadores da UFBA alertam para risco de contaminação em água mineral

Habituada a comprar o garrafão de 20 litros de água mineral em sua residência, a dona de casa Mary Terezinha de Marqui se surpreendeu quando o pediatra de sua filha de 10 meses recomendou que ela não desse água de galão de 20 litros à criança. O médico a orientou a comprar água mineral de 1,5 litro por acreditar que a do vasilhame maior poderia estar contaminada, a depender do modo como foi armazenada e manuseada até chegar ao consumidor.

Pelo mesmo motivo, Ilana Rodrigues Santos, pediatra, também não orienta seus pacientes a darem água de galão aos bebês. De acordo com a médica, a água desses garrafões pode demorar muito para ser consumida e, sendo assim, fica mais exposta à contaminação. “A água contaminada pode causar manifestações gastrointestinais, como vômitos e diarreias, bem como hepatites”, sinaliza Ilana Rodrigues.

Conforme orientação da Vigilância Sanitária de Salvador, os garrafões não podem ficar expostos ao sol, ter contato direto com o solo, nem com insetos ou produtos químicos. Nos postos de combustível devem ser armazenados dentro das lojas de conveniência para evitar a contaminação da água. Isso porque o plástico do vasilhame é poroso e permite que o líquido absorva resíduos de outras substâncias aos redor. Por exemplo, se uma garrafa de água estiver na geladeira ao lado de uma porção de mangas, a água pode absorver o sabor da fruta. A Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) fez análises microbiológicas da água consumida em uma empresa privada, em 2010. Dentre as 210 amostras retiradas de bebedouros com garrafões de 20 litros, 50% apresentaram contaminação na empresa.

Análise - Em análises com amostras de água coletadas diretamente da fábrica, no entanto, os resultados foram inversos. Dentre as 30 amostras microbiológicas analisadas em uma das sete indústrias de água mineral da Bahia, apenas uma estava contaminada. Ainda que o universo das pesquisas seja pequeno, os casos retratam a percepção dos estudiosos quanto ao possível comprometimento da qualidade da água do garrafão de 20 litros.

A professora da Faculdade de Farmácia da Ufba, Clícia Capibaribe Leite, que esteve à frente das análises realizadas, acredita que a contaminação da água mineral pode acontecer mais intensamente a partir da distribuição dos garrafões aos comerciantes.

Da mesma maneira, Cleuber Moraes Brito, geólogo e consultor na área de água mineral, acredita que as indústrias de água baiana são modernas, bem equipadas em termos de maquinário, com grandes armazéns que estão num padrão incontestável. Ele acredita que os cuidados da população e da Vigilância Sanitária, entretanto, deveriam ser ainda maiores com as formas de armazenamento da água mineral nas distribuidoras e nos locais de comercialização.

Fonte: Jornal Atarde
Publicidades