Moradores reclamam de paralisação de obras em Ilha dos Frades
Um dos atracadouros sinalizados como irregulares fica ao lado da Igreja de Nossa Senhora de Loreto (Foto: Reprodução/ TVBA)
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A alegação é de que houve danos ambientais, como construção de muros em áreas que sofrem influência da maré, desmatamento, aterros em manguezais e implantação de atracadouros em locais não permitidos. Um deles fica ao lado da centenária Igreja de Nossa Senhora de Loreto. O prédio foi restaurado, junto com o muro de proteção, pela Fundação Baía Viva, que reúne alguns dos empresários responsáveis pelas obras.
Algumas fotos mostram como estava a igreja e o muro antes da recuperação. As intervenções foram autorizadas pela prefeitura da capital, já que a Ilha dos Frades pertence ao município de Salvador.
“Acredito que todas as obras que foram feitas estejam em conformidade com a legislação. Do ponto de vista ambiental, algumas recuperações pra serem feitas tem que ter intervenção”, pontua Luiz Antunes Nery, superintendente municipal do meio-ambiente.
Em um casarão que estava em ruínas funciona agora um Centro de Memória que conta a história da Ilha e é referência para estudantes locais. A Fundação Baía Viva diz que as obras não agridem o meio-ambiente.
“Todas as intervenções são feitas dentro da faixa de marinha, pelo menos da Fundação Baía Viva, e todas foram feitas recuperando o que já estava construído na ilha”, garante Gustavo Sá, presidente da Fundação Baía Viva.
Nem o juiz Leonardo Pauperio, nem os representantes do Ministério Público, que também participaram da visita, quiseram dar entrevista. A inspeção serviu para que o juiz colhesse informações para embasá-lo no julgamento final do processo.
Leonardo Pauperio deu uma volta completa ao redor da Ilha a bordo de uma lancha e parou diversas vezes para ver as obras de perto. Centenas de trabalhadores que estão parados há quase dois meses por conta do embargo protestaram.
“Estamos sem trabalho e a gente precisa de trabalho para sobreviver”, reivindica Wagner, servente de pedreiro.
“Prejudicou tanto os moradores como o comércio. O que está sendo feito aqui é melhoria para todos os moradores”, Rinaldo Pereira, técnico em telecomunicações.
A Secretaria Estadual de Indústria e Comércio defende o diálogo para encontrar uma forma de melhorar a estrutura da Ilha dos Frades.
“A expectativa é de que o juiz fomente um entendimento. Tem obras que tem finalidade social, agora tem que ver se elas estão construídas dentro do arcabouço legal. A prefeitura diz que está, foi ela que negociou. Esse diálogo que eu acho que tem que acontecer”, observa James Correia, secretário da Indústria e Comércio.
Fonte: Portal Ibahia